quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

BOTHROPS JARARACA

BOTHROPS JARARACA

Bothrops Jararaca
A serpente Bothrops jararaca ou Jararaca Comum é uma réptil da ordem Squamata (escamados) da família dos viperídeos ou víboras. Animais extremamente perigosos que quando percebem a aproximação ou estão ameaçadas, logo preparam o bote para se defenderem. Possui dentição solenóglifa, dentes retráteis que inoculam uma toxina potente, podendo levar a óbito se não houver um tratamento com soro antibotrópico. A toxina compromete o local da picada levando a necrose, ação proteolítica, e quando ocorre o óbito geralmente é por falência renal. Em sua morfologia destacam-se manchas triangulares no corpo e faixa preta horizontal atrás dos olhos. Somente no Brasil são em média 25 espécies de quase 50 conhecidas, que variam em tamanho, padrões de coloração e ação da peçonha.   

Gênero Bothrops
As jararacas representam em média 90% dos acidentes ofídicos no brasil, são típicas da região de mata atlântica. Geralmente fogem dos humanos mas não se reprime se este a incomodar. São predadoras de roedores, rãs, sapos e pequenos lagartos, ovovivíparas (embrião tem desenvolvimento dentro do ovo que fica situado no oviduto dentro da fêmea). Possuem fosseta loreal, órgão termo sensorial que detecta variações mínimas de temperatura, localizada entre o olho e a narina.
O veneno da Jararaca comum ppode ser muito útil para os seres humanos, ele deu origem aos medicamentos anti-hipertensivos Captopril e Evasin. As fêmeas tendem a serem maiores e mais pesadas que os machos. São de hábitos terrestres ou arborícolas com alta capacidade de camuflagem.

Bothrops insularis
Atobá-pardo
  Existe uma espécie endêmica da Ilha de Queimada Grande a 35 km do litoral paulista entre os municípios de Itanhaém e Peruíbe, a Bothrops insularis ou jararaca Ilhoa. Esta espécie ficou isolada com o aumento do nível dos oceanos. Tem habito principalmente arborícula e uma toxina em seu veneno que pode chegar a ser cinco vezes mais potente do que a de outras jararacas. Essa desconformidade está relacionada a sua alimentação. Essas serpentes existem em grande quantidade na ilha, e dessa forma a competição por alimento é grande. Não havendo roedores, elas desenvolveram o habito de predar aves, especialmente o pássaro Mergulhão ou Atobá-pardo, e ovos. Já foram encontrados barcos, botes e embarcações ao redor da ilha que provavelmente perderam seus tripulantes em consequência da picada desses répteis. Esta ilha é considerada a mais mortal do mundo.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

FEBRE AMARELA

FEBRE AMARELA

A Febre Amarela é uma doença infecciosa grave, causada por Arbovírus (vírus de artrópodes). Os mosquitos dos gêneros Haemagogus, Sabethes e Aedes, são vetores desse vírus e o transmite quando picam geralmente macacos e humanos. O habitat dos mosquitos estão na África, América Central e América do Sul. São duas formas de contágio, o ciclo silvestre e o ciclo urbano, em ambos a doença é a mesma, mudando somente o vetor do vírus.
No ciclo Silvestre atuam os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes que circulam em áreas florestais ou em matas fechadas, enquanto no ciclo urbano atua a espécie Aedes Aegytpti que também é vetor de outras arboviroses como a Dengue, Zica e Chihungunya. 
Os mosquitos são hoje o maior inimigo da espécie humana. Juntando todas as doenças que eles podem transmitir são os únicos que ultrapassam os humanos por mortes do próprio ser humano, soma-se ainda a Malária, causada pelo protozoário Plasmodium, que tem como vetor o mosquito Anopheles chamado no Brasil de mosquito prego, encontrado mais ao norte do Brasil e na África.

Estes mosquitos pertencem a Família Culicidae da Ordem dos Dípteros (mosquitos de duas asas) da Classe dos Insetos do Filo Arthopoda. O Sabethes, vetor silvestre da febre amarela tem morfologia extravagante, são coloridos e assim mais fáceis de serem identificados. Em média os mosquitos desse gênero vivem entre 20 a 40 dias.
Tanto o Sabethes quanto o Haemagogus são indicadores de qualidade ambiental, necessitando de matas fechadas com grande cobertura vegetal e presença de primatas, o que pressupõe uma área bem preservada, a reprodução precisa de água limpa admitindo matéria orgânica como folhas. Difíceis de serem criados em laboratório nas cidades e centros urbanos são praticamente impossível sua sobrevivência, ao qual são substituídos pelo desagradável Aedes aegytpi, se tratando de vetor da Febre Amarela. 

Aedes aegypti
Dentre os vilões, o Aedes aegypti provavelmente é o maior inimigo dos seres humanos. Por virem ao encontro destes nos centros urbanos, podendo se reproduzir até mesmo em água que não precisa estar limpa. Carregam quatro arboviroses nocivas à saúde humana identificadas até o momento: Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. São identificáveis pela morfologia geralmente escura com pontos brancos espalhados ao longo do tórax, abdome e patas, isso é uma estratégia de camuflagem uma vez que são encontrados em locais escuros ou próximo ao chão. Nestes três gêneros, a fêmea após copular precisa de sangue para completar o desenvolvimento dos ovos, estes que são resistentes ao ressecamento no ambiente podendo aguardar água até 400 dias. 
Bugio - vítima do Haemagogus, Sabethes e dos Humanos

A falta de educação e informação a sociedade faz com que a população cometa um erro grave, exterminar macacos na região do mosquito. Além de um desiquilíbrio ambiental, essa atrocidade faz com que o mosquito se desloque para procurar sangue chegando cada vez mais próximo ao humano. Os macacos demostram ao ser humano que ali o vírus está presente quando morrem, como se fossem sentinelas. 
O desmatamento traz vírus, bactérias e protozoários perigosos ao encontro dos seres vivos. Os humanos são os únicos animais que destroem o meio ambiente e ao fazer isto desenterram microrganismos que vão em desacordo com sua saúde. Hoje no Brasil vive-se uma epidemia de Febre Amarela. A tragédia da represa de Mariana em Novembro de 2015 dizimou populações de animais, entre eles, predadores de mosquitos o que sugere o agravo da doença em função do aumento de vetores.
 A natureza não tem recebido seu devido valor...